História da Música Brasileira - De 1960 a 2000

1960 Pela primeira vez na história da música brasileira, surge o termo MPB – Música Popular Brasileira – empregado por Ary Barroso na contra-capa do disco 'Bossa Nova', de Carlos Lyra. De década a década, o termo MPB mudaria sua abrangência de estilos e ampliaria seu significado. Da elite de músicos dos anos 70 – com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Gal Costa, Maria Bethânia, Milton Nascimento e outros – à hoje, o termo representa basicamente quase todo o tipo de música brasileira à exceção do pop-rock.

Popularizam-se as freqüências do público nos ensaios das escolas de samba, inclusive como forma das agremiações obterem algum tipo de renda fora da época dos desfiles com os seus patrocínios, para garantir parte dos custos de preparação das infra-estruturas durante o resto do ano, através da cobrança mínima dos ingressos por parte de algumas delas.

1962 Na quarta-feira do dia 21 de novembro, às 20h30, realiza-se no Carnegie Hall, em Nova York, Estados Unidos, o primeiro e lendário Festival de Bossa Nova (também introduzido como New Brazilian Jazz) com apresentação de João Gilberto, Tom Jobim, Edu Lobo, Bola Sete, Sérgio Ricardo, Sérgio Mendes e outros. É o lançamento internacional oficial e em grande estilo da bossa nova com muita repercussão nos Estados Unidos e Brasil.


Tom Jobim

A primeira grande influência da bossa nova nos Estados Unidos, sucesso que populariza o gênero no país e credencia os americanos a adotarem o estilo, é o disco 'Jazz Samba', do guitarrista Charlie Byrd e do saxofonista Stan Getz. A bossa nova é a maior sensação norte-americana no começo dos anos 60, sendo suplantada apenas pelo surgimento dos Beatles.

1964 No ano do início da ditadura militar brasileira, acontece, no Rio de Janeiro, o histórico e militante show Opinião, com músicas do maranhense João do Vale (1934-1996) e direção de Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa. Foi nesse espetáculo, interpretando a música "Carcará" (João do Vale e José Cândido) que foi lançada a cantora baiana Maria Bethânia. Também participaram do evento Nara Leão (1942-1989) e Zé Kéti. O acontecimento foi um marco na história da música popular brasileira.

1965 Com estréia no mês de setembro, o cantor e compositor pop Roberto Carlos é o Rei da Juventude nacional na liderança do movimento Jovem Guarda, apresentando um programa semanal homônimo de televisão, na TV Record, na capital de São Paulo, ao lado de Erasmo Carlos, Wanderléa e convidados como Eduardo Araujo, Martinha, Rosemary, Ronnie Von, Antonio Marcos, Deny e Dino, Leno e Lilian, The Jordans, The Jet Blacks, Renato e Seus Blue Caps, Golden Boys, Os Incríveis e outros. O programa de TV terminaria em 1969. Enquanto gênero musical, a Jovem Guarda, que surge em 1963, também ficou conhecida como yê-yê-yê – a versão brasileira do rock mundial. O movimento foi responsável pela introdução da guitarra elétrica e instrumentos eletrônicos na nascente Tropicália de Caetano Veloso e Gilberto Gil – que seria uma das causas do fim da Jovem Guarda, suplantando-a em popularidade.

Roberto Carlos

A grande era dos festivais. A extinta TV Excelsior produz o primeiro Festival de Música popular Brasileira. Nos dois anos seguintes, a TV Record realiza outros dois. Também os Festivais Universitários de Música Popular Brasileira, da TV Tupi, do Rio de Janeiro. Da soma deles, surgem nomes como Elis Regina (com "Arrastão", de Edu Lobo e Vinícius de Moares), Edu Lobo (com "Ponteio", dele e de Capinam), Caetano Veloso (com "Alegria, Alegria", dele mesmo), Gilberto Gil (com "Domingo no Parque", dele mesmo), Gal Costa (com "Divino Maravilhoso", de Caetano), Os Mutantes (com "Dois Mil e Um", de Rita Lee e Tom Zé), Chico Buarque de Hollanda (com "A Banda" e "Roda Viva", dele mesmo), Milton Nascimento (com "Cidade Vazia", de Baden Powell e Lula Freire), Tom Zé (com "São Paulo, Meu Amor", dele mesmo), Paulinho da Viola (com "Sinal Fechado", dele mesmo), MPB-4 e outros. Com o crescimento e expansão da televisão no Brasil, grandes ídolos da nova música popular brasileira se afirmam. Depois de uma série, a TV Globo seria a última emissora a produzir os últimos festivais no país – sendo o derradeiro, o VII Festival Internacional da Canção, em setembro de 1972, com Maria Alcina cantando "Fio Maravilha", de Jorge Ben.

Com a repressão e censura instauradas pelo regime militar, configura-se o espírito para o surgimento das músicas de protesto, posteriormente nos festivais, sendo Chico Buarque de Hollanda o compositor mais importante e representativo desse tipo particular de expressão musical, com "Apesar de Você" (1970), "Construção" (1971), "Deus Lhe Pague" (1971). Outro a se ressaltar é o compositor e cantor Sérgio Ricardo, que, inclusive, em 1967, tomou parte no Festival da Canção de Protesto, realizado na Bulgária, onde suas músicas foram interpretadas por Geraldo Vandré. Por sua vez, Vandré atingiu o ponto máximo de sua carreira de cantor e compositor com a então clássica e polêmica canção "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores", ou "Caminhando" (1968), defendida no III Festival Internacional da Canção, e que se tornou uma espécie de hino estudantil na época.


Chico Buarque

Dezembro, sob violentos protestos, o visionário maestro Diogo Pacheco abre definitivamente as portas do Teatro Municipal de São Paulo para a MPB com o espetáculo 'Vinícius, Poesia e Canção', com a participação do próprio Vinícius de Moraes, Edu Lobo, Baden Powell, Carlos Lyra, Ciro Monteiro, Pixinguinha e Francis Hime.

O cantor e compositor carioca Jorge Ben (atualmente, Jorge Ben Jor) atinge grande sucesso nos Estados Unidos. Ele é convidado pelo Ministério das Relações Exteriores a se apresentar nos Estados Unidos, durante três meses, em clubes e universidades. Lançadas por Sérgio Mendes, as músicas "Mas Que Nada" e "Chove Chuva" chegam às paradas de sucesso americanas. Em seguida, suas músicas "Nena Naná" e "Zazueira" são gravadas por Jose Feliciano e Herp Albert, respectivamente – enquanto, no Brasil, sua carreira enfrentava certas dificuldades. Em 1970, no Midem, em Cannes, Jorge Ben Jor seria muito aplaudido por sua música "Domingas". Em 1972, realizaria temporadas em Portugal, Itália e Japão, onde gravaria um disco ao vivo. Em 1975, realizaria uma única apresentação no Teatro Sistina, em Roma, Itália, transmitida ao vivo pela televisão italiana. Ainda nos anos 80, se tornaria muito popular no exterior.

Jorge Ben Jor

1967 Tom Jobim grava com Frank Sinatra o álbum americano 'Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim', em que Sinatra interpreta alguns dos maiores sucessos da bossa nova de autoria de Jobim. O disco é um dos grandes marcos na história da bossa nova e da música popular brasileira. Detalhe: por ciúmes, Sinatra não permitiu que Tom Jobim tocasse piano por ser então o instrumento que mais prestígio dava aos músicos norte-americanos – por isso, Tom tocou violão, seu segundo instrumento.

1968 Após a bossa nova, vários músicos brasileiros incorporam o jazz em suas músicas. Buscando um formato brasileiro estão o saxofonista Paulo Moura, a pianista Eliane Elias, a cantora Flora Purim, Airto Moreira, Leo Gandelman, César Camargo Mariano, Victor Assis Brasil (1945-1981) – um dos maiores saxofonistas de jazz do país –, Egberto Gismonti, Naná Vasconcelos, Hermeto Pascoal, André Geraissati, Zimbo Trio e outros. A dificuldade em se situar a atuação do jazz no Brasil está no fato dele aparecer diluído no conceito abrangente de música instrumental.

Com o lançamento do disco 'Tropicália – Panis Et Circenses', com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Nara Leão, Os Mutantes e o maestro Rogério Duprat, o tropicalismo é oficialmente reconhecido como manifesto e nova proposta musical, inspirado na tese antropofágica da Semana de Arte Moderna de 22, possibilitando o desdobramento do movimento em trabalhos individuais de seus principais protagonistas em releituras e novas perspectivas para a música brasileira. Participaram do movimento, Tom Zé, os letristas Torquato Neto e Capinam, os maestros arranjadores Júlio Medaglia e Damiano Cozzela. Pela defesa da música brasileira, o tropicalismo incorporou, com muita polêmica, o uso da guitarra elétrica, de gêneros como o bolero, o carnaval, as músicas de raiz e elementos do rock. O nome Tropicália foi extraído por Caetano de uma instalação do artista plástico Hélio Oiticica. Em São Paulo, institucionaliza-se oficialmente os desfiles das escolas de samba.

Caetano Veloso

1970 Passado o fenômeno do rock'n'roll dos anos 60, e graças à bossa nova, jovem guarda e tropicália, estabelecem-se os grandes nomes de uma chamada MPB mais moderna com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Gal Costa, Maria Bethânia, Vinícius de Moraes, Toquinho, Elis Regina, Milton Nascimento e outros. A maior parte deste segmento permanece em evidência.
No começo dos anos 70, surge também uma importante geração intermediária de novos nomes da MPB que continuariam a fazer trabalhos de renovação da música popular brasileira durante o começo do século XXI, tais como Djavan, Fafá de Belém, Fagner, Belchior, Alceu Valença, Zé Ramalho, Morais Moreira, Baby Consuelo (atual Baby do Brasil), Pepeu Gomes, Elba Ramalho, e outros.

O início da década marca o amadurecimento da carreira da cantora gaúcha Elis Regina (1945-1982) – uma das maiores intérpretes brasileiras de todas as épocas. Depois de uma bem-sucedida apresentação na América Latina e Europa, Elis grava e passa a lançar uma série de músicas de grandes compositores-cantores até então desconhecidos, revelando-os nacionalmente, como Ivan Lins (com "Madalena", em 1970); João Bosco e Aldir Blanco (com "O Caçador de Esmeraldas" [1973], "Mestre-salas dos Mares" e "Dois Pra Lá, Dois Pra Cá" [1974]); Belchior, no show Falso Brilhante, de 1975, (com "Como Nossos Pais" e "Velha Roupa Colorida"); e Renato Teixeira (com "Romaria", em 1977).

Elis Regina

No começo da década, surge no Rio de Janeiro um fenômeno que se caracterizaria como tipicamente carioca – os bailes funk. Os primeiros bailes aconteciam no Canecão, na Zona Sul, sempre aos domingos. Os "bailes da pesada", como eram conhecidos, foram espalhando-se para os clubes do subúrbio. Ouve-se James Brown ("Sex Machine", "Get On The Good Food", "Soul Power"), Kool and The Gang, Wilson Pickett e outros. Com a proliferação de uma multidão de dançarinos populares adeptos do movimento, trajados com roupas black de ocasião, cabelos afro, sapatos plataforma coloridos, surgiram as equipes como Soul Grand Prix, Black Power, Dynamic Soul, Furacão 2000, União Black. Surgem importantes nomes da funk music carioca como Gerson King Combo, Tony Tornado, Tim Maia, Sandra Sá, Cassiano, Robson Jorge, Rosa Maria e outros. O movimento espalha-se pelo país, com a Chic Show, em São Paulo; a Black Porto (RS) e a Black Uaí!, em Belo Horizonte. Mesmo à revelia da imprensa, os bailes funk do subúrbios cariocas entrariam em 2000 muito populares, mas já com grande influência da música e roupas hip-hop. Os cariocas proporcionam o funk melody, com batida mais rápida e semelhante ao rap; e o charme, um funk pós-disco mais sofisticado que a assim chamada 'estética do barulho' presente no hip-hop (rap).

1971 A hora e a vez dos mineiros. Com a música "Clube da Esquina", de autoria de Milton Nascimento com Lô Borges e Márcio Borges, inaugura-se o movimento de uma nova música mineira que revigoraria a canção popular brasileira do começo da década. Em torno de Milton Nascimento, e a partir de sua proposta, em 1972, ele lutaria por lançar um álbum duplo com praticamente todos os seus amigos e parceiros mineiros, incluindo o seu maior companheiro musical, o letrista Fernando Brant. Assim é lançado o álbum Clube da Esquina 2 – o nome já deixa bem claro a proposta fechada do grupo e de como eles se consideravam. Com o enorme sucesso de vendas do disco, Milton Nascimento torna-se definitivamente um êxito comercial e todos os seus amigos mineiros também. Dentre o seleto grupo citamos Lô Borges, Tavinho Moura, Márcio Borges, Wagner Tiso (e seu grupo Som Imaginário), Ronaldo Bastos e Beto Guedes. Cada um, individualmente, atingiria carreira de sucesso com discos e shows dentro e fora do Brasil. A música mineira é a grande sensação do momento.

Milton Nascimento

1972 Nos primeiros anos da década, acontece um surto de uma produção musical popular de cunho nacionalista, de exaltação das belezas naturais do país e da idéia básica de que "Deus é brasileiro" – muito ao gosto do ainda período militar –, numa tentativa quase ufanista de direita representada principalmente pela dupla Dom & Ravel com a música "Só O Amor Constrói", de 1971, e outro grande sucesso que Dom (Domingos Leoni) compôs (em 1970) para o então popular grupo de rock Os Incríveis – "Eu Te Amo Meu Brasil". Aproveitando a grande repercussão desses tipos de canções, Os Incríveis ainda gravariam (em 1971) um compacto simples com o "Hino Nacional" (Música de Francisco Manoel da Silva e letra de Osório Duque Estrada, adaptação vocal de Alberto Nepomuceno) e o "Hino da Independência do Brasil" (música de Dom Pedro I e letra de Evaristo Ferreira da Veiga).

1973 É o apogeu da carreira de Raul Seixas (1945-1989) – o maior roqueiro da história da música pop brasileira. Tendo começado profissionalmente dois anos antes, foi somente em 1973 que ele consegue o seu primeiro grande sucesso com "Ouro de Tolo", incluída em seu primeiro LP solo Krig-há, Bandolo!. No mesmo ano, viriam outros hits como "Metamorfose Ambulante", "Mosca na Sopa", e "Al Capone" (com Paulo Coelho). Sua carreira se consolidaria com os três álbuns – Gitá (1974), Novo Aeon (1975) e Há Dez Mil Anos Atrás (1976). Outros grandes sucessos de Raul Seixas são: "Como Vovó Já Dizia" (com Paulo Coelho, em 1975), "Rock das Aranha" (em 1980) e "Cowboy Fora da Lei" (em 1987). Desfrutando de um dos maiores públicos da história da música popular brasileira, Raul foi o primeiro artista nacional a ter um disco organizado e lançado por um fã-clube, a coletânea de gravações raras 'Let Me Sing My Rock-and-roll', de 1985. Com o passar dos anos, sua importância e influência na música brasileira só se fariam aumentar.

Raul Seixas

1974 Época áurea de uma nova geração de grupos de rock brasileiros de variadas tendências como O Terço, de influências do rock progressivo com o guitarrista Sérgio Hinds como seu líder – que desembocaria no 14 Bis; do Joelho de Porco, com o seu som pré-punk anarquista cômico formado pelo popular baixista Tico Terpins; o Moto Perpétuo, formado pelo cantor e compositor Guilherme Arantes; o Casa das Máquinas, formado por Netinho, ex-Incríveis, o Som Nosso de Cada Dia; e o lendário Made In Brasil, formado por Oswaldo Vecchione e seu irmão Celso Vecchione, talvez o mais popular e roqueiro da época, dentre outros mais. Destaque para os Secos & Molhados (com Ney Matogrosso), o mais criativo grupo da década a misturar pop-rock com música brasileira, portuguesa e outras influências – sua curta duração (1971-74) atingiu grande sucesso nacional.

1975 A década também foi marcada por uma curiosa produção de música tipicamente norte-americana (no Brasil!) produzida por músicos brasileiros que adotaram nomes americanizados. Desde o grupo paulistano Pholhas (da Móoca) que cantava em inglês e português, ao grupo Light Reflections com o grande sucesso "Tell Me Once Again", que depois viraria comicamente "Telma Eu Não Sou Gay", com Ney Matogrosso; Tony Stevens (o Jessé) com os sucessos "Flying" e "If I Could Remember"; Christian (da dupla sertaneja Christian & Ralf) com o hit "Don't Say Goodbye"; o próprio Ralf, da mesma dupla, com o nome de Dom Elliot; Paul Bryan (Sérgio Sá) com "Listen"; a banda Lee Jackson, com "Hey Girl", grupo formado por músicos que hoje ocupam lugares de direção executiva em algumas grandes gravadoras no Brasil; o grupo Sunday, de Hélio Eduardo Costa Manso, com "I'm Gonna Get Married"; Fábio Jr., que adotou dois nomes americanos, Mark Davies e, depois, Uncle Jack, cantando "Don't Let Me Cry"; o grupo feminino Harmonie Cats, e até a cantora dançarina Gretchen, que começou cantando em inglês.
Paulinho da Viola, um dos maiores novos sambistas da época, e um dos poucos e mais importantes defensores do já esquecido choro, participa – junto com outros compositores e críticos – da criação do Clube do Choro, no Rio de Janeiro.

1980 Em busca de novas alternativas musicais como resposta à já institucionalizada MPB, parte da elite da juventude brasileira de classe média provoca uma nova onda de rock e pop apoiada no movimento pós-punk new wave, que domina totalmente o cenário musical nacional com um forte movimento underground central deflagrado a partir de São Paulo.

Os pioneiros paulistanos desse importante movimento de negação pura da tradicional música popular brasileira foram Júlio Barroso e sua Gang 90, a primeira banda new wave brasileira Agentss, Verminose (de Kid Vinil) e Azul 29. Daí, surgem Titãs, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana (Renato Russo), Barão Vermelho (Cazuza e Frejat), RPM (Paulo Ricardo), Ultraje a Rigor, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Lobão, Biquini Cavadão, Ratos de Porão (João Gordo), Inocentes e outros. A proposta do movimento se esgotaria coincidindo com a projeção internacional da banda brasileira de hardcore Sepultura.


Engenheiros do Hawaii

Apesar do blues sempre ter sido muito mais absorvido pelos músicos brasileiros diretamente através do rhythm'n'blues pelas bandas de rock dos anos 60, o Brasil nunca se caracterizou por um forte cenário ou movimento de blues, apesar de ter um bom público consumidor. Dos anos 80 até 99, podemos destacar os maiores nomes do blues como Nuno Mindelis, André Christovam, Celso Blues Boy, e as bandas Blues Etílicos e Big Allambik.

1984 Antecedendo o surgimento da axé music, a lambada baiana torna-se um dos mais populares estilos de dança brasileira atual a misturar samba, maxixe e dança erótica. O maior sucesso é do grupo Kaoma com "Lambada", uma versão do tema latino "Llorando Se Fue", do grupo Los Kjarkas. Por falta de substância musical e limitação coreográfica, o gênero tem breve período, mas provoca uma onda de escolas temporárias da dança por todo o país. O sucesso internacional, quase que exclusivamente na Europa, é quase maior do que o atingido no próprio Brasil devido ao seu apelo exótico tipo-exportação.

Tanto assim que dois filmes norte-americanos foram realizados, em 1990, mas muito mal recebidos pela crítica internacional – foram eles "A Dança Proibida" (The Forbidden Dance, de Greydon Clark) e "Lambada", de Joel Silberg. No Rio de Janeiro, aposentando definitivamente a tradicional Av. Presidente Vargas como passarela dos desfiles das escolas de samba, é inaugurada a Passarela do Samba, na Av. Marques de Sapucaí, o Sambódromo carioca, pelo projeto do arquiteto Oscar Niemeyer.

Passarela do Samba

1985 Ainda no bojo da grande década do rock brasileiro, na segunda metade desse período, surge na capital de São Paulo, e pela primeira vez em toda América Latina, a grande novidade norte-americana do movimento hip hop com o rap, grafite e a breakdance, inicialmente comandada pelo pioneiro rapper brasileiro Thaide, seu parceiro DJ Hum e o DJ simpatizante Theo Werneck. A partir daí, com a aceitação gradual do novo movimento pela mídia, o hip hop cresceria firmemente em importância e novos nomes, atingindo um de seus apogeus nos anos 90.

A música "Fricote", do baiano Luiz Caldas, inaugura oficialmente o movimento axé music. O primeiro sucesso vem com "Eu Sou Negão", de Jerônimo, em 1986. Mas o primeiro fenômeno de vendas, que lança nacionalmente a axé music, acontece com o bloco afro-baiano Reflexu's, em 1987, com a música "Madagascar Olodum", que vendeu 750.000 cópias. A axé music é caracterizada pelo forte uso da percussão baiana como o repique, timbau e surdos. Em geral, as letras falam da sensualidade do corpo, do requebrar dos quadris e de danças, cheias de ironia e segundo sentido. O novo gênero viveria o seu apogeu até a segunda metade dos anos 90, quando começaria o seu declínio natural de acomodação. Os principais nomes são Asa de Águia, Chiclete com Banana, Daniela Mercury, Banda Eva, É O Tchan, Netinho e outros. Pela primeira vez na história da música brasileira quebra-se a hegemonia São Paulo-Rio.

1990 7 de julho. Morre Cazuza, um dos maiores ídolos pop da atualidade e um dos melhores cantores, compositores e letristas da história da música pop brasileira. Nascido em 4 de abril de 1958, Agenor de Miranda Araujo Neto adotou o apelido Cazuza em homenagem ao avô paterno – em Pernambuco, 'cazuza' significa molequinho. Trabalhou como ator no grupo Asdrubal Trouxe o Trombone, e foi apresentado por Leo Jaime ao grupo Barão Vermelho, que procurava um vocalista. Em 1985, deixou o grupo para seguir uma bem-sucedida carreira-solo. Seus maiores sucessos são "Exagerado", "Codinome Beija-Flor", "Faz Parte do Meu Show", "Bete Balanço", "O Tempo Não Pára", "Ideologia", "Brasil", "Só As Mães São Felizes" e outros mais. Foi o primeiro artista brasileiro a tornar público que estava com AIDS.

Cazuza

Em 20 de outubro, começa oficialmente as transmissões da MTV Brasil, importante emissora pop de marca internacional que passa a representar o segmento jovem da música mundial e da música brasileira através de seus consagrados formatos videoclipes. A partir de Março de 1999, a MTV Brasil passaria a dedicar boa parte de sua programação televisiva, principalmente em sua grade das 22h, à música popular brasileira – além do pop-rock – como o pagode, axé music e a tradicional MPB. A partir de 1996, a MTV Brasil instituiria a maior premiação anual de videoclipes no país através do Vídeo Music Brasil.

1992 Com o enfraquecimento e desarticulação do movimento pop-rock brasileiro e internacional do fim dos anos 80, surgem renovadas categorias musicais de forte apelo popular que predominam por toda a década no Brasil – como o dolente samba-pagode, a carnavalesca axé music e a nova música sertaneja de sotaque country americano – nessa ordem. Do pagode destacam-se os grupos Fundo de Quintal (tido como o criador do novo gênero), Raça Negra, Só Pra Contrariar, Art Popular, Katinguele, Negritude Jr. e centenas de outros. Da axé music, os mencionados no verbete aqui citado de 1985. Da nova música sertaneja, Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo, Daniel, Sandy & Junior, Gian & Giovanni, Christian & Ralf, e outros.


1993 O formato CD começa a suplantar o vinil em vendas. O ainda grande mercado de fitas cassetes existente no país é praticamente de controle total da pirataria. A partir de 1997, a produção de vinil é extinta, com as matrizes produtoras do velho formato sendo vendidas a outros países como à Argentina e Inglaterra. Por essa época, o Brasil começa a enfrentar uma forte e muito bem estruturada pirataria de CDs, vinda principalmente da Ásia e Paraguai, até então ignorada no país.

Surge uma nova geração de bandas de rock dos anos 90 como o Pato Fu, Skank, Raimundos, O Rappa, Jota Quest, o polêmico Planet Hemp, o grupo soul Fat Family, a dupla carioca Claudinho & Buchecha e demais. Há espaço para ritmos africanos, latinos e jamaicanos – como o reggae e o ska, que dão a base para grupos como Cidade Negra, Tribo de Jah, ex-Nativus e outros.

Jota Quest

1994 Surge o movimento mangue beat. É lançado o primeiro disco de Chico Science & Nação Zumbi, 'Da Lama Ao Caos', da banda mais inovadora e uma das mais representativas – e a mais popular – do movimento de Recife (Pernambuco). O disco é um marco no cenário pop da década. A mídia nacional se rende ao fenômeno. A partir de então, de olho na novidade, praticamente boa parte da produção pop da música brasileira começa a introduzir e a se apropriar dos tradicionais tambores de maracatu e do jeito peculiar hip-hop abrasileirado de Chico Science cantar. Outro grande expoente do movimento é o jovem músico pernambucano Fred Zero Quatro e sua banda Mundo Livre S/A. Junto com Chico, Fred é o autor do manifesto "Caranguejo Com Cérebro".

Surge o fenômeno internacional da world music. O Brasil mais uma vez dá a resposta, voltando-se para a riqueza de sua música nacional, redescobrindo os diversos sotaques da chamada música regional de seus estados, principalmente os do Norte-Nordeste (redescobrindo a Banda de Pífanos de Caruaru). A música brasileira recupera a sua energia criativa. Isso refortalece os grandes nomes da MPB e do samba que se preservaram durante os anos 80 e viram ídolos de uma nova geração como Gilberto Gil (em 94), Paulinho da Viola (em 95), Zeca Pagodinho (em 97), Caetano Veloso e Djavan (em 99). Grande parte do repertório tradicional esquecido da música popular brasileira se torna clássico, possibilitando inúmeros trabalhos de releituras – os chamados songbooks, principalmente através do trabalho pioneiro do músico e produtor carioca Almir Chediak com o seu selo Lumiar.

Djavan

Com uma repercussão internacional simplesmente impressionante, no mês de dezembro, morre Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim), num hospital em NovaYork, aos 67 anos. Além de ser um dos criadores da bossa nova, é considerado um dos maiores compositores do século ao lado de Heitor Villa-Lobos, George Gershwin, Cole Porter e Irving Berlin. A importância de sua obra musical é tamanha que, no mundo todo, não há um músico de jazz sequer que não tenha em seu repertório alguns de seus temas, sob o risco de não ser considerado de primeira linha. Tanto assim que, no começo de 95, o amigo e prestigiado saxofonista norte-americano de jazz Joe Henderson lançou um álbum interpretando exclusivamente os maiores sucessos do maestro.

1995 Uma geração intermediária mais jovem de cantoras de MPB vive o seu momento máximo de afirmação, como Marisa Monte, Zizi Possi, Cássia Eller, Fernanda Abreu, Marina Lima, Leila Pinheiro, Paula Toller, Zélia Duncan, Ná Ozzetti, Vânia Bastos, Mônica Salmaso e outras.

Marisa Monte

1996 O Brasil é oficialmente o sexto maior mercado fonográfico em vendas do mundo. 80% do consumo de CDs e do que se toca nas rádios é de música brasileira, invertendo o cenário predominante dos anos 80, em que a música pop norte-americana com Madonna, Michael Jackson e outros vendiam mais do que a música nacional.

No cenário da música pop brasileira atual, depois da morte de Cazuza, nenhum outro fato dessa natureza chocaria tanto o país quanto a morte de Renato Russo, também pelos sintomas da AIDS. Renato Manfredini Júnior nasceu no dia 27 de março de 1960 e adotou artisticamente o sobrenome inspirado no filósofo francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Renato foi o líder da banda Legião Urbana, o mais importante grupo de rock dos anos 80. Muito intelectualizado e um dos mais brilhantes letristas de sua geração, Renato ainda lançou alguns trabalhos solos como The Stonewall Celebration Concert (1993), em inglês; Equilíbrio Distante (1995), em italiano, e o CD póstumo O Último Solo, lançado em 1997.


1997 Afirma-se mais uma brilhante geração intermediária de novos nomes na música popular brasileira, de diferentes regiões e com algumas novas propostas de fusões da música Nordestina e folclórica, com a do Sul-Sudeste e a do mundo pop internacional. Nomes como Carlinhos Brown (BA), Arnaldo Antunes (SP), Chico César (PB), Zeca Baleiro (MA), Lenine (PE), Rita Ribeiro (MA), Paulinho Moska (RJ), Pedro Luís e A Parede (RJ), e outros. Morre Chico Science (PE), compositor e cantor, o principal fundador do movimento mangue beat e um dos criadores do manifesto "Caranguejos com Cérebro". Francisco de Assis França nasceu em Recife, Pernambuco, no dia 13 de março de 1966. Quando menino, pescava caranguejos no mangue para vender. Freqüentava bailes funk da região. Trabalhou numa empresa de informática em Recife. Em 1991, formou a revolucionária banda Chico Science & Nação Zumbi. Em 1994, lançou o primeiro CD do grupo Da Lama Ao Caos. Em 1996, lançou o segundo disco da banda Afrociberdelia. Chico morreu num acidente automobilístico. Sua morte também teve um impacto internacional, sendo que ele e seu grupo estavam no melhor momento de uma bem-sucedida carreira na Europa e Estados Unidos.

Carlinhos Brown

Depois de mais de 10 anos de um movimento praticamente marginalizado pela mídia, o rap atinge firmemente setores da classe média. Nesse movimento hip-hop (com o grafite e a breakdance), destacam-se tanto artistas de classe média alta como Gabriel, O Pensador, quanto grupos vindos das violentas periferias das grandes cidades como Racionais MCs (SP) – o maior fenômeno do mercado independente com mais de 1 milhão de CDs vendidos –, Pavilhão 9 (SP), Faces do Subúrbio (PE), Planet Hemp (Rio), Nocaute (RJ), Detentos do Rap (da penitenciária do Carandiru, em São Paulo), Câmbio Negro (DF), Da Guedes (RS), Xis & Dentinho (SP), Marcelo D2 (Planet Hemp) – com contundentes críticas sociais. Boa parte da MPB e da música pop brasileira incorpora traços do rap em seus repertórios.

Quase no final da segunda metade dos anos 90, presencia-se uma certa corrida à chamada música pop eletrônica em alguns setores da música pop nacional, mas novamente mais como efeito de arranjos musicais, uma vez que o gênero tecno não admite vocal. Destacamos alguns nomes da chamada nova geração de produtores e performers de música eletrônica brasileira como os Friendtronics, Xerxes, Mau Mau, M4J, Marky, Tetine, X-Action, Lourenço Loop B, Ramilson Maia, Gismonti André, Fábio Almeida, Camilo Rocha e outros. À exemplo do que ocorre nas grande capitais do mundo há dez anos, o Brasil começa a viver o auge do culto aos DJs, que produzem as grandes festas ao ar livre chamadas de 'raves', ou em casas noturnas, e lançam CDs com remixagens e temas de suas preferências. A remixagem (o remix) é uma das manifestações mais modernas do momento.

1998 Ao recuperar-se de sérias complicações de saúde com diabete, Milton Nascimento, merecidamente, ganha o prestigiado Prêmio Grammy na categoria World Music por seu disco Nascimento (WEA), em 25 de fevereiro.

Depois de cinco anos de ausência do cenário musical, e sem lançar músicas inéditas num único álbum, Chico Buarque retorna com o lançamento do bem-recebido CD Cidades.

A música brasileira perde Tim Maia, um dos criadores e mestre da soul music tipicamente brasileira e um dos reis da nossa pop music. Gravemente hospitalizado desde o domingo do dia 8 de Março, o cantor e compositor Tim Maia faleceria no outro domingo, dia 16 de março, no Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói, Rio de Janeiro, às 13h03. Sebastião Rodrigues Maia, o Tim, tinha apenas 55 anos, pesava 140 quilos. Alguns de seus maiores sucessos como "Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)", "Gostava Tanto de Você" ou "Me Dê Motivo". Tim, que lançou Roberto e Erasmo Carlos (a quem ensinou a tocar violão), e que começou a fazer muito sucesso nos anos 70, caiu num certo esquecimento nos 80, e começava a crescer novamente nos anos 90.

Tim Maia

Inesperadamente, o país é tomado de assalto pelo estranho fenômeno dos padres carismáticos cantores. O padre Marcelo Rossi lança o seu primeiro CD de canções e coreografias religiosas, atingindo a impressionante marca dos 3 milhões de exemplares vendidos. Aproveitando a oportunidade de mercado, outros padres viriam à reboque explorar o novo filão populista.

Caetano Veloso consegue uma façanha jamais realizada em toda sua longa bem-sucedida mas, muitas vezes, atribulada carreira. Grava a música "Sozinho", de Peninha, no CD ao vivo Prenda Minha, e vende 1 milhão e meio de CDs e é o mais tocado nas rádios de todo o país, de Maio a Julho.

1999 Gilberto Gil recebe o Grammy para o Brasil, na cada vez mais importante categoria World Music, para o seu disco ao vivo 'Quanta Gente Veio Ver', de 1998 (WEA), em inglês, 'Quanta Live'. Na verdade, Gil estava torcendo mesmo para a sua amiga, a cantora caboverdiana Cesária Évora. O Grammy é o Oscar da indústria fonográfica norte-americana, a Academia de Artes e Ciências da Gravação dos EUA, transmitido por TV para 1,5 bilhão de pessoas, em 180 países.

Através de David Byrne, seu selo Luaka Bop, e o músico pop norte-americano Beck, os Estados Unidos interessam-se pela Tropicália através da coletânea The Best of Os Mutantes – Everything is Possible, com grande repercussão na imprensa internacional. Byrne afirma que a música brasileira deve crescer nos Estados Unidos. A imprensa americana e inglesa dedicam extensas matérias sobre um dos mais importantes movimentos musicais do Brasil, ocorrido há mais de 30 anos atrás. Com isso, recobra-se também o interesse pelo músico Arnaldo Dias Baptista – o mais importante dos Mutantes – com muitas matérias a seu respeito e um CD intitulado 'Arnaldo Dias Baptista – Revisitado Novamente', lançado pelo selo Dabliu.

17 comentários:

Unknown disse...

post muito bom, muito obrigada, me ajudou muito!

Unknown disse...

Maravilha de matéria. Ajudou-me, imensamente no trabalho da Faculdade. Vou indicar este blog aos meus amigos.Parabéns Rota!

Unknown disse...

q horrooooor!

Unknown disse...

Não me ajudou em nada, há e eu não sou um robô!

Unknown disse...

eu já disse q não sou um robo

Unknown disse...

Faltou falar de Luiz Gonzaga.

Unknown disse...

Luiz Gonzaga, com certeza não foi citado neste post, porque seu auge musical foi vivido até perto do fim dos anos 50, e mesmo sendo até hoje o eterno rei do baião e um dos monstros da música brasileira, sua história deve ser contada na história da música brasileira de 40 há 60, e (ou) até os dia de hoje!!!

Unknown disse...

interessante

Xanda e Duda Nascimento disse...

parabéns, obrigado.

manuela paes disse...

me ajudou muito no trabalho da escola obrigada!!

Unknown disse...

Creio existiu dois Gonzaga,um pai e o outro filho duas obras maravilhosas deixadas para o nosso legado musical.O pai foi lembrado no período tratando da repercussão da musica nordestina,e neste blog publicou-se o seguinte: 1946 A música "Baião", do pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) – com letra de Humberto Teixeira –, desponta de Norte a Sul do país com a força de um novo estilo musical revolucionário urbano derivado da música de raízes rurais e folclóricas nordestinas. No começo dos anos 50, Luiz Gonzaga é o grande responsável pelo nascimento do baião e por abrir caminho para novos nomes da música nordestina e influenciar a música popular do Sul-Sudeste do país nos anos 60-70. Até o surgimento da bossa nova, o baião foi o gênero musical brasileiro mais influente no exterior.Já Gonzaguinha,o filho não é citado,juntamente com outros músicos compositores,que marcaram época.A sua amizade com Ivan Lins ocorreu na residencia do psiquiatra Aluízio Porto Carrero que gostava de reunir pessoas para uma boa conversa,jogos de cartas e rodas de violão na sua casa,daí surgindo o M.A.U. (Movimento Artístico Universitário) e dele faziam partes nomes como Ivan Lins, Aldir Blanc, Paulo Emílio, César Costa Filho. "Éramos um Grupo com pretensões de romper as barreiras do mercado de trabalho, com a consciência de que os festivais não projetavam ninguém" (Ivan Lins).

awarcn@gmail.com disse...

O material é muito rico me ajudará como fonte de pesquisa para meus alunos do Ensino Integral com a eletiva que tem como tema "música popular brasileira"

Unknown disse...

muito obrigado

Unknown disse...

isso ajudou muito no meu tcc da escola

Unknown disse...

oi

Unknown disse...

meu nome é lucas

Unknown disse...

meu nome é lucas

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